Presidente da Conmebol diz que Libertadores sem brasileiros seria como 'o Tarzan sem a Chita'

  • 18/03/2025
(Foto: Reprodução)
A analogia fez referência à relação de amizade de um homem branco com uma macaca Chita. Governo e jogadores brasileiros repudiaram a declaração de Alejandro Domínguez. Ele publicou nota pedindo desculpas. Declaração de presidente da Conmebol provoca repúdio do governo e de jogadores brasileiros A Confederação Sul-Americana de Futebol sorteou na segunda-feira (17) os grupos da Libertadores. Uma declaração do presidente da entidade provocou repúdio do governo e de jogadores brasileiros. O evento ocorreu em Luque, no Paraguai, onde fica a sede da Conmebol. Representantes dos 32 clubes que seguem na competição estiveram presentes. Entre eles, Paulo Buosi, vice-presidente do Palmeiras. A presidente do clube, Leila Pereira, não viajou ao Paraguai em protesto. Ela considerou branda a punição de jogar sem torcida e de pagar US$ 50 mil imposta ao Cerro Porteño pelo caso de racismo contra o jogador Luighi. Ele foi alvo de ofensas racistas e de uma cusparada por parte de torcedores da equipe paraguaia no início de março, na Libertadores Sub-20. Leila chegou a levantar a possibilidade de os clubes brasileiros não participarem mais da Libertadores. E, na segunda-feira (17) à noite, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, foi perguntado: "Você imagina a Libertadores sem equipes brasileiras?". "Isso seria como Tarzan sem Chita", respondeu Alejandro Domínguez. Presidente da Conmebol diz que Libertadores sem brasileiros seria como 'o Tarzan sem a Chita' Jornal Nacional/ Reprodução A analogia usada sobre a relação de amizade de um homem branco, o Tarzan, com a macaca Chita repercutiu negativamente e, na manhã desta terça-feira (18), Alejandro Domínguez publicou uma nota pedindo desculpas. Disse que jamais teve a intenção de menosprezar e nem desqualificar ninguém e que reafirma o compromisso de seguir trabalhando por um futebol mais justo, unido e livre de discriminação. Os ministérios brasileiros do Esporte, da Igualdade Racial e das Relações Exteriores publicaram uma nota em que repudiam nos mais fortes termos as declarações do presidente da Conmebol e disseram que as autoridades da entidade têm reiteradamente falhado em adotar providências efetivas para prevenir e evitar a repetição de atos de racismo. A declaração do presidente da Conmebol repercutiu também na concentração da Seleção Brasileira. "Para mim, o presidente da Conmebol tem muito mais coisa para se preocupar do que fazer coisas do tipo como piada ou qualquer coisa assim. A gente viu o que aconteceu com esse caso do Luighi. Eu acho que eles têm coisas mais importantes para se preocupar e finalmente cumprir a lei”, afirma Bruno Guimarães, meio-campo da Seleção. Alejandro Domínguez havia discursado, em português, sobre racismo durante o sorteio, mas não falou em punições mais severas aos clubes: "Eu quero anunciar que a Conmebol decidiu convocar as autoridades de governos de todo o continente e as associações membros com o objetivo de estabelecer uma atuação conjunta que permita responder de forma simultânea a qualquer expressão de discriminação e violência”. "Nós devemos aprofundar na questão da responsabilização dos clubes. Acho que nós devíamos fazer em conjunto isso, a Conmebol como confederação e os clubes juntamente com cada país quando for uma sede de jogo fazer um grande movimento com a mídia participando porque é também um processo educativo”, diz Julio Casares, presidente do São Paulo. "Tem que haver o repúdio, tem que haver o combate, mas a coisa da punição... Você se prepara o ano inteiro, disputa um campeonato inteiro, chega lá porque uma pessoa racista pune teu clube, você cai de uma Libertadores? É uma coisa delicada”, diz Luiz Eduardo Baptista, presidente do Flamengo. Os sete clubes brasileiros conheceram no sorteio os adversários da fase de grupos que começa daqui a duas semanas. Dois deles já vão se enfrentar nessa fase, na briga por uma vaga nas oitavas de final. O Botafogo está no grupo A, com Estudiantes de La Plata, da Argentina; Universidad de Chile; e Carabobo, da Venezuela. O Flamengo, no C, ao lado de LDU, do Equador; Deportivo Táchira, da Venezuela; e Central Córdoba, da Argentina. O São Paulo vai enfrentar no grupo D o Libertad do Paraguai; o Talleres da Argentina; e o Alianza Lima, do Peru. No grupo E, o Fortaleza terá pela frente o Racing, da Argentina; o Colo-Colo, do Chile; e o Atlético Bucaramanga, da Colômbia. Internacional e Bahia estão no F, com Nacional, do Uruguai; e Atlético Nacional, da Colômbia. E o Palmeiras, no G, com Bolívar, da Bolívia ; Sporting Cristal, do Peru; e Cerro Porteño, do Paraguai. LEIA TAMBÉM Jogadores do Palmeiras Sub-20 são vítimas de racismo no Paraguai: ‘Até quando?’ Cresce busca por Justiça contra casos de racismo no Brasil

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/03/18/presidente-da-conmebol-diz-que-libertadores-sem-brasileiros-seria-como-o-tarzan-sem-a-chita.ghtml


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